
IDÉIAS, LETRAS E PALAVRAS
Elas atravessam as barreiras, não são inoportunas e nem chatas
Não tem que marcar horas e nem datas
Podem ser colocadas a lume ou escondidas num jogo de cartas
Elas não são feias e nem se atem a desejos de beleza
Não são príncipes e nem princesas ou sua alteza
Sem cara ou figura, colorem ou desbotam com toda presteza
Elas não são tão amigas, apesar de alguns lhe acharem inimigas
Não vivem para corromper ou unir, apenas dizer, fazer e acontecer; como novas ou antigas
Tem o poder de transformar a vida ou clarear até o sentido da formiga
Elas existem além do tempo e adentram os recintos mais fugidíos e presunçosos
Não vieram para se curvar diante da pálida sabedoria daqueles que se acham gananciosos
Vão em frente, segundo o som de seus fonemas como os esperançosos
Elas nunca são conhecidas por ninguém que as viu ou que lhes ouviu
Não são rostos do povo e nem malucos declarados, são fatos além de qualquer homem deste mundo vil
Transcendem o achar daqueles que dizem conhecer a boca que fala, pois são a luz sem pavio
Elas sempre vão existir, muito mais que seu pretensos donos e maiores que àqueles que as não querem ouvir
Não são clemência ou desculpa, são escopos e reuniões, ensinamentos e anarquia, o fluir e o confluir
Ziguezagueando de um lado a outro, crescem, aumentam, vivem e ficam; eternas e imortais sobre aquele ou aqueles que as fez construir
PAULO MIRANDA (a Folha)
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