
PALAVRAS DE FOGO São riscas, às vezes belas, às vezes podres, espetando a carne, ferindo a luz, deixando a tristeza não parecer muda, tendo a língua total liberdade para bater e para ferroar
Não são nobres, nem se usadas por sementes que tem nome, nem se a razão der força e o poder para se comer e para se falar
PALAVRAS DE ÁGUA Atravessam as rochas com a finura de sua arte, com a brincadeira inocente do infante e com a bola que ri do seu próprio pular
Apenas o simples gostar, o pequeno tagarelar, sem a seriedade das trombetas e dos tambores solenes que insistem em apenas refletir o r de rufar
PALAVRAS DA TERRA Nuas num sentido único, apreciadas pela sua estrada, pelo corre-corre cotidiano e da crônica do quente solar e lunar
Sem faces dúbias, sem cartas escondidas, sendo certeiras aonde elas sempre vão se enrolar e aonde sempre vão se agarrar
PALAVRAS DO AR Mas eternas, seguem sem cruzes, sem flautas, sem arados; são sonhos da vida e do sonhar
Estão perto do mundo e distantes do juízo, qualidades sem limites, que são o mais perto do querer, do buscar, do conquistar e dum eloqüente e vibrante sentido de se amar
PAULO MIRANDA (A Folha)
Sentimentos da alma
27/agosto/2007
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