
PEQUENAS LEMBRANÇAS
Sabe, já bati palmas por bater
E ri com apenas um dente, somente por querer
Peguei aquele chocalho, balancei e ri para todos que vi
Também adorei, quando estapiei com aquele chocalho todos os que se aproximaram de mim
Senti o calor da minha mãe envolver o meu mundo
Segui as mãos do meu pai, guiando-me pelo mundo
Andei e corri no meu jeito aprendiz de aprender o que é andar
Logo, logo; eu descobri que do riso eu podia cair e chorar
Mas um sopro na minha barriga, fazia-me parar e brincar
Ou aquele "num chora!" e eu voltava a me esquecer no pular
Já lambuzei-me muito, amassando o macarrão, espremendo o bife, espalhando sopa por todo lugar
Tinha vezes que eu cansava quem estava comigo e vap-vupt, sacavam a mamadeira no mingau até me fartar
Confesso que adorava quando tocava tudo com as mãos e queria provar
Aí vinha uma palmadinha de leve, uma caretinha de choro que passava na primeira careta de me fazer gargalhar
O legal era na hora do soninho para sonhar
Dormia nos braços dos meus pais querendo um abraçar
Às vezes podia cair cama por causa das pilhas gastas no meu estar de acordar
Ou também, ouvir canções de ninar para me fazer imaginar no dormitar
Bons tempos aqueles para se lembrar e para se contemplar
Onde tudo era um sol solar e a lua lunar
Pois a maior simplicidade era correr, correr e correr,
para simplesmente sorrir e simplesmente se alegrar.
PAULO MIRANDA (A Folha)
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