segunda-feira, 19 de maio de 2008

PINGO


PINGO

A chuva caiu naquele mundinho
E trouxe para o nada um pouco de carinho
Antes era as nuvens sobre um mundo devastado
Agora era o Sol que abria imponente elevado

Em cada ponto molhado nasciam plantas coloridas
E a esperança sorria nestas novas chamas floridas
Num tempo de um instante as flores filhas transformavam-se em fruto maduro

Crescia o sonho da vida aparecendo num emocionante futuro
E chegava o momento esperado em cada verdade que caía
Pontuando cada ser com o olhar que se abria

No início havia uma curiosidade infantil sobre essas imensas paragens que nunca se descobriu
Depois, crescia um sorriso sobre as enormes possibilidades que nunca se viu
Cada um pulava a seu gosto seguindo as pontas dos seus cambaleantes caminhos

Até que a natureza ensinava a se moverem em faceiros e alegres pulinhos
Aos poucos percebiam os infantes que havia cores na pele de suas almas flores
E cada um se aproximava de acordo com suas auras em fraternidade e inocentes amores

No meio deles havia um pequeno que sorria para todos querendo ser locado
Era visto como um estranho, por isso, graciosamente era posto de lado como um deslocado
Tentava ir nos cor-de-rosa, mas eles não queriam saber de sua prosa

Achava então ser dos verdes; mas apesar da esperança, não lhe viam com alguma bossa
Foi na direção dos amarelos, nos seus gritos estridentes disseram-lhe que não era envolvente
Escorregou para o lado dos violetas, apenas comentaram que seu momento viria mais para frente

Passou pelos marrons que pareciam borrados mas não queriam outros tons
Olhou os que absorviam toda à luz do Sol, estavam caídos no chão pelo calor cantando mantras em vários sons
Sorriu para os brancos, eles lhe sorriram de volta, mas foram enfáticos no seu não
Nem se aproximou dos vermelhos enfezados nas suas caras de cão

Paulo Miranda
Sentimentos da alma
30/junho/2007

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