segunda-feira, 19 de maio de 2008

A CHEGADA - PAULO MIRANDA


A CHEGADA

De tempos em tempos ela voltava para aquela metrópole
Olhava sua introdução ou retorno, sempre da janela de um carro, sempre estranha e acolhida naquela megalópole
Havia um pequeno vazio no olhar e ansiedade pelo que esperava naquele enorme turbilhão de faces, rostos, de lábios que iam falar
Seu coração parecia, ao mesmo tempo, presente e fantasioso.
Pois havia os sonhos de menina, o diário daquela jovem e os desejos daquela mulher que também esperava a explosão do verbo amar
Num esquisito misto de saudade e vitória, ela recolhia-se à luz de seus pensamentos.
E quem poderia decifrar o que estaria naqueles olhos negros, naquela certeza de sacrifícios necessários para, realmente, conquistar o seu caminhar?
Toda vez que ela retornava, sentia a mudança, o arrepio do desconhecido e a tristeza e o sorriso num futuro cada vez mais presente, mais crível, pois é a realidade do seu silencios e aguardado sonhar

PAULO MIRANDA (A Folha)
Sentimentos da alma
23/agosto/2007

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