domingo, 18 de maio de 2008

CENTELHA DE AMOR - PAULO MIRANDA

CENTELHA DE AMOR
Devia ser uma proposta divina, mas às vezes se torna alma maligna
É tão complexo que vicia, e é a necessidade de quem vivencia
Está em todos os tamanhos, mas só é mensurável no nosso lado de humanos
Tem vários nomes a lhe chamar e um caminho a lhe destinar
São palavras que podem cantar, e dependendo da intensidade, sonhos a desmoronar
Não há um momento que se possa esquecer, mas muitas coisas não se pode ter
E rodopia-se em cada volta que se dá no direito de amar e na busca incessante de se gostar
Fazendo de tudo para que o mundo seja um eterno
e presente reflexo de todos os desejos e todas as horas vivas,
mais que intensamente vivídas
Infelizmente, na fala do ser humano há pedaços num todo, onde muitas vezes as partes não passam de um retalho composto e mau posto
A vitória sobre sua vontade, aliada à humildade interesseira de mais um, sempre cria sentimentos ternos de pura magia e alegria
Porém, não deveria existir entrecortes entre uma gota de suor e um telepata olhar de lábios entrelaçados e colados
Portanto, percebe-se que temos o nome fantasia de muitas formas,
passando pelo vermelho escarlate e o cinza separando a parte
Mas quem quer seguir o riscado escriturado e perder à emoção do arriscado?
Deixar de ser ingênuo, ansiando por algo pouco melindrado?
E atravessar todos os desertos e geleiras procurando a ilha da felicidade e depois querer trocar pela expediente realidade?
PAULO MIRANDA (A Folha)

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