
O PASSO©
Restam-me (ainda) sons e vozes dos passos,
descompasso da insensível mordaça dos cascos,
desalinho que a cada passo lança no espaço,
no coração da consciência,toda arrogância do poder.
Não estou de toda livre dos passos.
Descompassos!
Como rastros (ainda) se alastram!
Sons de cascos reverberam noutros espaços;
noutros lugares…passos que passam no passo de cascos;
galope que fere com aço a liberdade,
fere de morte a justiça, o direito – toda dignidade.
Não calem as consciências,nem as canções;
não calem os cantores,nem os poetas;
não calem as telas,nem os pintores.
Se calados ficarem morrerão as flores!
Calem os sons dos passos,párem a tropeada dos cascos,
estanquem o galope dos aços…
A paz não pode ter espaço para o cangaço da intolerância,
nem a guerra pode viver como metáfora da esperança.
Dai, pois, o passo.
Sim, mas o passo de uma criança.
Eu
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