sexta-feira, 4 de julho de 2008

UM AMADO


Eu queria ter um amado
que se derretesse em dengos,
mesmo quando estivesse exausto,
e ainda com a vida sob tormento,
nunca me abandonasse ao relento..
que me abraçasse ao acordar,
que me beijasse ao deitar
que me fizesse flutuar quando
o peito estufasse...
Eu queria ter um amado que
aceitasse meu estender de mãos
para passear no bosque,
para sentar-se a mesa,
que pegue os filhos na escola
e conversse com eles longe da tv...
Eu queria ter um amado para
ir ao cinema, ver filme
ler poemas,produzir temas...
para sentar ao meu lado para
fazer as contas,
para descidir sobre as compras,
para comer pipoca e
para correr na praia
e que não desse palpite sobre
comprimento das minhas saias...
Eu queria ter um amado que
passasse as mãos nos meus cabelos
e no resto dos meus pêlos, com tal zelo
como o carinho das mulheres,
quando se olham no espelho,
que fosse único e raro em sua grandeza,
que fosse homem e moleque, alegre ou triste,
solidário e decidido,
que conhecesse os segredos
que aqui dentro guardo
que aceitasse a mulher e a menina
que aqui dentro trago...
Eu queria ter um amado
que não fosse principe encatado
quero apenas que meu amado
toque a imensidão tamanha
do meu ser, que cure a solidão
triste que persiste e nunca vai
embora, mais é imprescendível
que traga a alegria que eu tinha
autrora...

Infinita

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