domingo, 27 de abril de 2008

PREGUIÇA - PAULO MIRANDA



Preguiça
Sinceramente, às vezes me canso de escrever, malhos, antalhos e bugalhos
A gente se vicia numa coisa que sempre inicia E o término não é ali, pois se fosse, eu veria o próprio inferno Poderia até dizer que sou um poeta aspirante,
mas com o ego contrito, sou apenas uma vírgula retirante
Talvez um ponto em seguida onde as palavras fazem parte da minha vida
Ou uma exclamação importante dentro da minha alma, que ainda encontra-se infante
Não amigos, estranhos ou neófitos do mundo como eu; não sou uma gaivota e nem minha letra é morta. Sei que muitos não gostam de rimas, principalmente as pobres
Mas todo desejo de criar de forma ingênua, difusa e penviado:; já vale por todas idéias nobres
Cá entre nós, ou entre mim mesmo, o que vale é o momento do improviso de escrever mais um inventoEstando solto das amarras escolásticas seguindo as viagens práticas Ou preso entre muros métricos e intuídos, que nos fazem puxar o caldo de todos os valores milimétricos e imbuídos, Acabo aqui com a minha verborralgia que às vezes tenta coibir a minha anarquia
Pois todo o amante de palavras cantantes, vibrantes ou simplesmente, esfoliantes;
antes de tudo, é um inconformado com o mundo formado
Sabendo que pode falar do sonho delirante de um paraíso perfeito ou do pesadelo oculto de um mundo rarefeito

Paulo Miranda
Sentimentos da Alma
02 de junho de 2007

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