sábado, 26 de abril de 2008

LOUCOS

Os Loucos



Só os normais, estranhos seres, são felizes.
Não sofrem mãe louca, pai bêbado, filho delinqüente.
Não amargaram a casa dos outros
Nem choraram uma doença desconhecida.
Eles, fartos de roupas e de sapatos,
Viveram os dezessete rostos da aletria.
Atravessaram crises e epidemias incólumes
.Eles que nasceram com a bunda para a lua.
Eles, os normais, são amados até o punho.
Homens vestidos de trovão e mulheres de relâmpagos.
Altos funcionários, se querem um emprego.
Galantes pleibóis, se não querem.
Eles são felizes como as aves, o estrume, as pedras.
Mas que dêem passagem aos que fazem os mundos,
as sinfonias, os sonhos, as palavras.
Que destroem e constroem, a esses, mais loucos
do que as mães, mais bêbados do que os pais,
mais delinqüentes do que os filhos e muito mais...
Devorados por amores calcinantes.
Que a esses deixem ao menos o lugar no inferno.
E basta...
eu

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