sexta-feira, 6 de junho de 2008

AS ASAS DA BORBOLETA - PAULO MIRANDA


AS ASAS DA BORBOLETA

Passeava pela praia rasgando o dia no seu alado escarlate
Voava em ziguezague, parecendo não ser notada naquela tarde As ondas batiam calmas e seu vôo eram notas, sussurros e breves risos, naquele dia ensolarado e normal de Domingo
Os que não faziam parte daquele quadro continuavam, e ela seguia rápida, longa e bastante insistente naquele farfalhar lépido, preciso e agitado
O vento a fazia subir, descer e subir.
Era poesia sem prenúncio, simples consequência da mais despretensiosa, comum e inocente causa Cada bater daquelas asas brilhava.
Piscando num vermelho vivo, não se comparando de maneira nenhuma ao sangue, mas aos raios do sol mais apaixonados
Estranhos que vissem aquela cena, talvez imaginassem o coração pulsando. Entretanto, era a simples beleza da delicadeza, da inocência e da mais infantil clareza
O mundo seguia. Odia girava. O Sol caminha e ela voava.
Cada vez mais forte naquele vivo, cada vez mais intenso naquele brilho avermelhado Infelizmente, havia caçadores que a queriam para si.
Pretendiam destruir sua liberdade e felicidade por um propósito triste e mesquinho de posse. Não entendendo que naquele dia, ela queria sorrir e voar.
Atingir nenhum lugar, sem procurar e nem alcançar, muito menos, conseguir e conquistar Naquele momento era só ela.
A vida, o sorriso, o vermelho. A inocente borboleta de asas cores vermelho vivas e vivos
vermelhos avermelhados

Paulo Miranda " A folha "

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